domingo, 20 de fevereiro de 2011

Só Sorriso...

Quando eu olho pra você
Vejo silêncio e lágrima
Incrustados num mundo de solidão
O que se mostra o que dá pra ver não é lástima
Do que de fato habita o seu coração
Tanta coisa parada sem par
Tanta coisa presa
Na tristeza de se refrear
O que a vida mais preza
A certeza de ser fiel
A própria natureza
Como você poderia saber
Se nesse mundo seu
Você não dá motivos ao sol
Pra clarear nova era
Você não dá ouvidos ao som
Que anuncia a quimera
Você não agoniza de amor
Mas já não sabe onde mora
É só sorriso mas não consegue chorar
Isso não ameniza seus ais
Não põe as mágoas pra fora
Não abandona a casa da dor
Quem quando dentro ignora
Você não admite sofrer
Mas já se vê sem escolha
É só sorriso mas não consegue chorar


Composição: Dani Black

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Durma comigo... Sonha comigo...

No corredor da faculdade fico a pensar
Com um copo de capuccino quente indago sem parar
Tento ligar para ele, mas não consigo
O celular sem crédito, é um castigo.



Lembro-me da madrugada em que ficamos juntos
Os beijos e abraços que pareciam agora estar libertos
De um sonho, um porão onde ouvia-se os sussurros
E das mãos inquietas procurando a cada toque mais um acesso.



A noite já fora embora, e com ela o passado
O frio já não existe, com meu corpo esquentado ao teu
Os companheiros esperando, com  o cansaço estampado
Tua boca se afastando, enquanto eu procuro o beijo seu.



Três e meia, quatro horas
A madrugada é pequena
Com um beijo de boa noite
-Vou-me embora,... 




por Priscila Araujo

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Faça o seu final ¨¨


Deixei um pequeno texto aqui, mas não sei como terminá-lo. . Deixe sua imaginação fluir. Termine a nossa história.


Ali estava ela, encostada na parede pintada do Espaço Cultural Renato Russo da 508 Sul, aquela parede que nos faz diferenciar o vandalismo da arte de rua, ela e suas amigas, que mais pareciam guarda-costas,pois não desgrudavam dela.
Eu¿ Estava a observá-la, do outro lado da rua perto da banca de revistas.
Ela trajava um vestido escuro, que deixava a mostra seus delicados ombros a mercê do sol escaldante, uma sapatilha também escura onde dava pra ver a tatuagem de um caule de rosa coberta de espinhos, que vinha desde o meio do pé e subia até o tornozelo, finalizando uma rosa vermelha.
Seus cabelos esvoaçados ao vento, e a inquietude de deixá-los no lugar, me faziam sonhar com eles quietos, grudados no suor de nossos corpos entrelaçados.
A oportunidade que esperava a longos minutos de espera aparecera no instante em q ela me beijava no sonho. As amigas haviam entrado na galeria, deixando-a sozinha e indefesa. Seria o momento certo de me aproximar. Mas o que falar¿ Sobre o que puxar assunto¿
O sinal da faixa de pedestres fechou. O caminho estava livre...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

This Day. This Rain.


Ele, com suas mãos comprimindo as mãos dela, contra uma faca que ele comprimia contra o próprio peito, com muita força. O rosto colado a seu rosto, os lábios colados à seus lábios, a chuva açoitando os cabelos que se confundiam entre si, a própria chuva confundindo-se com as lágrimas e outros fluidos:
- mate-me, senhorita.
- eu não vou fazer isso.
- por favor. Eu preciso.
- eu também, mas...
Ele comprime mais ainda.
-por favor, eu lhe imploro. eu quero que vc me mate. eu lhe imploro.
- eu não posso.
- por quê?
- porque eu gosto de vc, ora.
- por isso mesmo! Por isso mesmo quero que vc me mate. Por isso mesmo sei que vc vai me matar. Mate-me, senhorita.

Após minutos de um silêncio inquietante, misturado com uma dor, ao qual já não se sabia se era da faca que pressionara a seu peito, ou se era no coração de ambos, um forte trovejo faz com que a adrenalina em seus corpos aumente e, em um súbito e intenso beijo ela perfura o peito do amado, assim como ele o pedia.




por: d.iferente b.oemio & pri araujO