segunda-feira, 26 de setembro de 2011

As crianças choram, e os pais não percebem...

O que leva um garoto de 10 anos de idade, uma criança ainda, pegar a arma de fogo do pai, colocar na mochila, ir para sua escola e durante a aula pegá-la, apontar para sua professora e disparar?
O que passava pela cabeça desse menino quando disparou o revólver?
O que sentia o coração dele que, ao sair da sala, aponta a arma para a sua cabeça e puxa o gatilho, acabando com sua vida, que nem havia começado direito?
Os colegas de classe dizem que ele era um garoto normal, conversava com todos, não demonstrava agressividade. A única coisa que o diferenciava das outras crianças era o fato dele mancar de uma perna. Até a professora atingida pela bala afirmou que não tinha reclamações do aluno.
Então o que induziu essa criança, com uma mente de um adulto, e um adulto assassino e suicida, a cometer tamanha barbaridade?
Será que a falha foi em casa? Será que a família era desestruturada? Será que havia diálogo desse menino com o pai? Será que havia amor naquela família?
Ou será que o erro foi na escola? Será que a professora não o defendia quando ele era motivo de piadas entre os colegas?será que a instituição não repreendiam esses alunos que humilhavam ou outros por motivos banais? Será que em algum momento em que a professora percebeu uma queda nas notas ou no desempenho do aluno, sentou com ele para conversar e saber o que havia acontecido?
Será que a culpa é da população, que a cada dia assisti nos jornais loucos matando as crianças, acabando com sonhos inocentes, e apenas reclamam do governo, mais não tem a coragem e nem a decência de tomar uma atitude?
Será que a culpa é do governo, que se preocupa mais com a divulgação da copa do mundo, gastando milhões de reais dos cofres públicos para fazer a população de idiota e conseqüentemente esquecer do caos que está o nosso país?
De quem é a culpa?
ELE ERA APENAS UMA CRIANÇA!
MAIS ELE NÃO AGUENTOU...






(texto produzido a partir de uma reportagem lida no globo.com)

sábado, 3 de setembro de 2011

Saudades de ti TAP


Deixei minha vida, a vida que eu gostava de viver.
Mudei meus costumes
Agora não sonho mais
Sou apenas mais uma que sabe o quão cruel é a realidade

Realidade que não queria ter conhecido
Realidade que quando criança era uma história de aventuras
Um castelo de areia era minha casa,
Uma bola quadrada era meu sonho de consumo,
Voar era algo fácil, só precisava de mais treinamento.

Deixei os meus sonhos,
Os quais tomavam conta da minha mente.
Uma ideia nova
Um movimento diferente
Um som estridente

O ápice era dançar na Broadway
Coreografar até chegar no meu apogeu
Criar um novo ritmo a partir do cantar dos pássaros
Do som dos carros
Das palmas ao chamar a vizinha

Levantar cedo para ensaiar
Colocar os sapatos nos ombros e ir
Ir rumo a mais um dia de expectativas
Criações
Viagens amanteigadas

A tensão de um dia de espetáculos
O frio que toma a espinha antes de subir no palco
O tremor que toma conta das pernas

A diferença de ouvir música e escutar uma música
O café da manhã de pés inquietos
O turbilhão de ideias brotando da mente
Os passos e movimentos novos que quase saem pela boca
A raiva de não conseguir colocar tudo nos pés...

quarta-feira, 30 de março de 2011

Todas nós somos iguais¿


Daquelas que se arrumam para o marido
Àquelas que se perfumam para ninguém
Com esses detalhes banais
Todas nós somos iguais¿

Das que usam esfoliante para dar maciez
Àquelas que de tão rachados os pés, sandálias já não são necessárias
Com esses detalhes banais
Todas nós somos iguais¿

Das que assumem o controle sobre ‘eles’
Ou as que esperam apenas um abraço
Com todos esses detalhes banais
Será que todas nós somos iguais¿

Mulher que em seu colo acomoda quatro crianças ao mesmo tempo
Tem um beijo que cura o arranhado de um joelho
E até um coração ferido
Ainda com esses detalhes banais
Todas nós somos iguais¿

Mulher que tem o olhar de uma moça
Moça que em seu olhar quer ser mulher
E com todos esses detalhes banais
Todas nós somos iguais¿

Daquela cuja suavidade é demonstrada sem tanta força
Àquela que na sua força esconde a leveza da pétala caída
E ainda sim me pergunto:
Com todos esses detalhes banais
Todas nós somos iguais¿

Deixando a lágrima escorrer pelo rosto
Sua maneira de expressar seu destino, sua pena,
O desengano, o amor, a solidão
E com esses detalhes banais
Todas nós somos iguais¿

O leve sorriso quando quer o grito
Cantarola quando a vontade é chorar
Mas o choro vem quando se está feliz
Com esses detalhes banais
Será que todas nós somos iguais¿

Em meus desenhos ponho-te em minha melhor moldura
Em meus versos estás na ponta da caneta
Ao cantar digo o que sinto
Dentre esses detalhes banais
Todas nós somos iguais¿

Minhas mãos esculpem Adônis
Meus pés criam um novo passo
Na potência quero filosofia
Mas mesmo assim somos todas iguais¿

Quando escrevo não penso em um final
Quando danço coreografias brotam de meus pés
Ao cantar quero o monte inverno
Mas afinal, todas nós somos iguais¿

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Só Sorriso...

Quando eu olho pra você
Vejo silêncio e lágrima
Incrustados num mundo de solidão
O que se mostra o que dá pra ver não é lástima
Do que de fato habita o seu coração
Tanta coisa parada sem par
Tanta coisa presa
Na tristeza de se refrear
O que a vida mais preza
A certeza de ser fiel
A própria natureza
Como você poderia saber
Se nesse mundo seu
Você não dá motivos ao sol
Pra clarear nova era
Você não dá ouvidos ao som
Que anuncia a quimera
Você não agoniza de amor
Mas já não sabe onde mora
É só sorriso mas não consegue chorar
Isso não ameniza seus ais
Não põe as mágoas pra fora
Não abandona a casa da dor
Quem quando dentro ignora
Você não admite sofrer
Mas já se vê sem escolha
É só sorriso mas não consegue chorar


Composição: Dani Black

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Durma comigo... Sonha comigo...

No corredor da faculdade fico a pensar
Com um copo de capuccino quente indago sem parar
Tento ligar para ele, mas não consigo
O celular sem crédito, é um castigo.



Lembro-me da madrugada em que ficamos juntos
Os beijos e abraços que pareciam agora estar libertos
De um sonho, um porão onde ouvia-se os sussurros
E das mãos inquietas procurando a cada toque mais um acesso.



A noite já fora embora, e com ela o passado
O frio já não existe, com meu corpo esquentado ao teu
Os companheiros esperando, com  o cansaço estampado
Tua boca se afastando, enquanto eu procuro o beijo seu.



Três e meia, quatro horas
A madrugada é pequena
Com um beijo de boa noite
-Vou-me embora,... 




por Priscila Araujo

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Faça o seu final ¨¨


Deixei um pequeno texto aqui, mas não sei como terminá-lo. . Deixe sua imaginação fluir. Termine a nossa história.


Ali estava ela, encostada na parede pintada do Espaço Cultural Renato Russo da 508 Sul, aquela parede que nos faz diferenciar o vandalismo da arte de rua, ela e suas amigas, que mais pareciam guarda-costas,pois não desgrudavam dela.
Eu¿ Estava a observá-la, do outro lado da rua perto da banca de revistas.
Ela trajava um vestido escuro, que deixava a mostra seus delicados ombros a mercê do sol escaldante, uma sapatilha também escura onde dava pra ver a tatuagem de um caule de rosa coberta de espinhos, que vinha desde o meio do pé e subia até o tornozelo, finalizando uma rosa vermelha.
Seus cabelos esvoaçados ao vento, e a inquietude de deixá-los no lugar, me faziam sonhar com eles quietos, grudados no suor de nossos corpos entrelaçados.
A oportunidade que esperava a longos minutos de espera aparecera no instante em q ela me beijava no sonho. As amigas haviam entrado na galeria, deixando-a sozinha e indefesa. Seria o momento certo de me aproximar. Mas o que falar¿ Sobre o que puxar assunto¿
O sinal da faixa de pedestres fechou. O caminho estava livre...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

This Day. This Rain.


Ele, com suas mãos comprimindo as mãos dela, contra uma faca que ele comprimia contra o próprio peito, com muita força. O rosto colado a seu rosto, os lábios colados à seus lábios, a chuva açoitando os cabelos que se confundiam entre si, a própria chuva confundindo-se com as lágrimas e outros fluidos:
- mate-me, senhorita.
- eu não vou fazer isso.
- por favor. Eu preciso.
- eu também, mas...
Ele comprime mais ainda.
-por favor, eu lhe imploro. eu quero que vc me mate. eu lhe imploro.
- eu não posso.
- por quê?
- porque eu gosto de vc, ora.
- por isso mesmo! Por isso mesmo quero que vc me mate. Por isso mesmo sei que vc vai me matar. Mate-me, senhorita.

Após minutos de um silêncio inquietante, misturado com uma dor, ao qual já não se sabia se era da faca que pressionara a seu peito, ou se era no coração de ambos, um forte trovejo faz com que a adrenalina em seus corpos aumente e, em um súbito e intenso beijo ela perfura o peito do amado, assim como ele o pedia.




por: d.iferente b.oemio & pri araujO