quarta-feira, 30 de março de 2011

Todas nós somos iguais¿


Daquelas que se arrumam para o marido
Àquelas que se perfumam para ninguém
Com esses detalhes banais
Todas nós somos iguais¿

Das que usam esfoliante para dar maciez
Àquelas que de tão rachados os pés, sandálias já não são necessárias
Com esses detalhes banais
Todas nós somos iguais¿

Das que assumem o controle sobre ‘eles’
Ou as que esperam apenas um abraço
Com todos esses detalhes banais
Será que todas nós somos iguais¿

Mulher que em seu colo acomoda quatro crianças ao mesmo tempo
Tem um beijo que cura o arranhado de um joelho
E até um coração ferido
Ainda com esses detalhes banais
Todas nós somos iguais¿

Mulher que tem o olhar de uma moça
Moça que em seu olhar quer ser mulher
E com todos esses detalhes banais
Todas nós somos iguais¿

Daquela cuja suavidade é demonstrada sem tanta força
Àquela que na sua força esconde a leveza da pétala caída
E ainda sim me pergunto:
Com todos esses detalhes banais
Todas nós somos iguais¿

Deixando a lágrima escorrer pelo rosto
Sua maneira de expressar seu destino, sua pena,
O desengano, o amor, a solidão
E com esses detalhes banais
Todas nós somos iguais¿

O leve sorriso quando quer o grito
Cantarola quando a vontade é chorar
Mas o choro vem quando se está feliz
Com esses detalhes banais
Será que todas nós somos iguais¿

Em meus desenhos ponho-te em minha melhor moldura
Em meus versos estás na ponta da caneta
Ao cantar digo o que sinto
Dentre esses detalhes banais
Todas nós somos iguais¿

Minhas mãos esculpem Adônis
Meus pés criam um novo passo
Na potência quero filosofia
Mas mesmo assim somos todas iguais¿

Quando escrevo não penso em um final
Quando danço coreografias brotam de meus pés
Ao cantar quero o monte inverno
Mas afinal, todas nós somos iguais¿

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